Um poema de amor com mais de dois mil anos...
Agora sei como é terrivel
a solidão das longas noites,
ouvindo só nos meus ouvidos
das próprias queixas o rumor.
Feliz aquele a quem consentem
Chorar ao pé da sua amiga,
pois o Amor é complacente
perante as lágrimas vertidas.
Feliz o amante desdenhado
que vai em busca de outro fogo:
inda que volte a ser escravo
só por mudar teve consolo.
Mas eu a mais ninguém me dou.
Só este laço é que eu aceito:
foi Cíntia o meu primeiro amor,
Cíntia será o derradeiro!
Propércio, poeta romano do séc. I a. c..
Tradução de David Mourão Ferreira
Fonte:Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas
Sem comentários:
Enviar um comentário